Presidente do Grammy ‘explica’ declaração polêmica sobre ausência de mulheres na premiação

Em meio a movimentos que lutam pela igualdade de gênero e pelo fim dos assédios e abusos de poder na indústria do entretenimento, uma das questões mais discutidas sobre o “Grammy 2018” realizado domingo (28) foi a tímida presença das mulheres nas indicações e nas vitórias das categorias principais. A jovem Alessia Cara, premiada com a estatueta de “Artista Revelação” foi uma das poucas que não saíram de mãos abanando. Durante a cerimônia, os internautas subiram a tag #GrammysSoMale no Twitter e até o Presidente da Academia foi questionado sobre o assunto.

Neil Portnow, presidente da Academia, na cerimônia de ontem. (Foto: Getty)
Neil Portnow, presidente da Academia, na cerimônia deste domingo (28). (Foto: Getty)

Neil Portnow deu uma entrevista para a Variety e conseguiu complicar ainda mais a história ao dizer que “as mulheres deveriam se impor mais” para se destacarem! Whaaaat?! Pois é… foi com esse mesmo estranhamento que a gente e várias artistas receberam a declaração… e diante da repercussão negativa de suas palavras, o chefão do Grammy resolveu se explicar melhor. Em comunicado enviado hoje (30) para a mesma publicação, ele alegou que sua “fala” havia sido tirada do contexto. Confira a íntegra da “justificativa”:

 “Domingo à noite, respondi a uma pergunta sobre a ausência de representação feminina em certas categorias do Grammy deste ano. Infelizmente, eu usei duas palavras, ‘se impor’, que, quando tomadas fora do contexto, não transmitiram as minhas crenças e a mensagem que eu queria passar.

Nossa indústria precisa reconhecer que as mulheres que sonham com carreiras na música enfrentam barreiras que os homens nunca enfrentaram. Devemos trabalhar ativamente para eliminarmos essas barreiras e encorajarmos as mulheres a viver os seus sonhos e expressar sua paixão e criatividade através da música. Devemos acolher, orientar, e empoderá-las. Nossa comunidade será mais rica a partir disso.

Lamento que eu não tenha sido articulado como eu deveria ter sido ao transmitir esse pensamento. Continuo empenhado em fazer tudo o que puder para tornar a nossa comunidade musical um local mais seguro e representativo para todos.”

E aí… o que acharam do comunicado?! Ele não explicou muito bem o que, originalmente, quis dizer com “se impor” e como a expressão teria sido descontextualizada. Mas ainda assim… reconheceu as limitações da indústria e da premiação, e se comprometeu em trabalhar pela justa representação artística.