É pau! Juliette Freire se tornou, sem dúvidas, a paraibana mais amada do Brasil desde sua primeira aparição no “BBB21“. No entanto, a jornada da advogada, maquiadora e agora mais nova milionária para o estrelato não foi das mais fáceis. Em entrevista a Hugo Gloss, a ex-sister relembrou diversos momentos do confinamento e confessou, pela primeira vez, que chegou sim a pedir, mais de uma vez, para desistir da disputa pelo 1 milhão e meio.
A revelação da musa não é de todo surpreendente, claro, quando relembramos os 100 dias do programa. Durante o reality, Juliette foi questionada, atacada, traída e muitas vezes não compreendida pelos colegas da casa mais vigiada do Brasil. Enquanto o seu exército de ‘cactos’ ficava cada vez mais forte aqui fora, lá dentro a ex-sister foi cada vez mais antagonizada. Questionada sobre a rejeição dos companheiros, até mesmo de Gilberto e Sarah, que foram seus aliados no início do jogo, Juliette apontou que sua sinceridade e intensidade podem ter chocado os demais participantes.
Juliette recorda rejeição e momentos mais difíceis no programa
“Naqueles primeiros dias, eu estava muito eufórica de felicidade por estar ali, mas era uma euforia que eu não me continha. Eu queria falar, eu queria gritar, eu queria dançar, eu queria fazer tudo que eu pudesse, rápido, porque eu não sabia quanto tempo eu ia tá ali. E minha vida é isso, eu tenho um senso de finitude, de saber que amanhã eu posso não ter isso. Amanhã, eu posso não estar aqui. Eu perdi minha irmã, eu vi amigos morrendo, saudáveis. A gente não é imortal, todo mundo que tá aqui, tem que ter uma consciência de finitude”, pontuou.
“Então, eu entrei ali assim, pá! Demais. E aí, eu fui eu demais, eu fui eu muito rápido e as pessoas já tinham [pensado]: ‘Tá, calma, vou ser eu, aos poucos, ou então, não vou, ou então vou’. E eu não, fui, pá, como se todos fossem meus melhores amigos. Ui! E me conhecessem a vida inteira, porque eu sou assim”, observou. “Onde eu chego eu faço amizade com todo mundo. Porque eu não sei quando eu vou estar ali de novo, eu não sei qual é a oportunidade que eu vou ter de troca de energia, saber da vida da pessoa e eu fiz isso muito rápido. Quando eu fiz isso muito rápido, assustou, mas eu estou acostumada, eu sei que eu assusto. Depois que as pessoas me entendem, aí sim elas me amam”, brincou ela.
Mesmo fazendo graça com o assunto, a morena confirmou que, durante o confinamento, não ficou imune à rejeição e aos ataques. “Sofria, sofria, chorava, chorava muito”, recordou. “E aí, eu sei que quem me entendia estava angustiado, porque realmente eu não conseguia falar, as pessoas não me entendiam, assustavam, se assustava com o que eu falava, da forma que eu falava… Eu falo alto, eu sou muito eufórica e aí, as pessoas com medo do programa, de mim, de tudo, de um do outro, do futuro, do que podia fazer de errado ou de certo, elas se afastaram”, avaliou.
“Tinham pessoas que eu olhava, que eu sei que gostavam de mim e tinham medo de ficar perto de mim e eu dizia: ‘Não precisa ficar perto de mim, não fique’. Como se dissessem assim: ‘Eu gosto de você, mas não quero me envolver’”, lembrou. “Eu cheguei a falar isso, por exemplo, eu falei pra algumas pessoas: ‘Sei que você gosta de mim, mas não quer ficar perto de mim, porque você quer jogar ou você quer fazer seu jogo ou você tem medo de alguma coisa. Tudo bem. É seu medo e tá tudo bem’. Então, eu me senti muito só, porque eu sou muito amada. Meus amigos me amam muito, minha família me ama muito”, disse a advogada.
A Rainha dos Cactos admite que pediu pra sair mais de uma vez
O desabafo de Juliette não parou por aí. “[Antes do BBB] Eu estava numa fase da minha vida que eu tinha tudo, eu só não tinha dinheiro, que pra mim não é o principal, [mas] eu tinha tudo. Eu tava me sentindo bem comigo de tudo, de autoestima, me encontrando profissionalmente, preparada pro concurso público que eu ia fazer, com os meus amigos, de relacionamento eu tava bem, não tava sofrendo, não tava com ninguém, tava paquerando quem eu queria, tava tranquila, e… cheguei ali e perdi tudo o que eu tinha, porque o que eu tinha era amor, era compreensão, era empatia, eu perdi tudo. Eu perdi tudo”, lamentou.
“Eu me olhava no espelho, eu não conseguia me olhar, eu olhava e dizia: ‘Não sou eu. Não tô conseguindo ser eu, eu não sou eu, não sou eu’. Eu repetia isso [o tempo] inteiro: ‘Tô me perdendo de mim, eu tô me perdendo de mim, não sou eu, não consigo falar, não consigo ser eu, não consigo brincar… Se eu faço isso, as pessoas criticam, se eu pego alguém, a pessoa acha que eu tô querendo paquerar, se eu tiro uma brincadeira é porque eu sou mulher, eu não posso brincar?'”, relembrou. “O Gil brincava, todo mundo ria. Eu brincava, não tinha graça. Era muito… eu não sei estar num lugar que eu não consiga ser eu, por isso que eu queria ir embora. Eu queria ir embora, eu quis ir embora”, confessou.
“Eu apertei lá”, revelou Juliette, fazendo referência ao botão do confessionário que os participantes devem acionar para desistir do jogo. “Apertei. Eu apertei, mas eu apertei umas duas, três vezes”, disse ela, acrescentando, na sequência, que a decisão não foi repentina. “O Lucas, por exemplo, ele apertou bêbado, ele apertou num sofrimento muito grande. Eu não, eu apertei boa, lúcida, eu apertei calma. Eu apertei umas três vezes e falei: ‘Eu quero ir embora, eu vou embora, eu quero conversar com alguém, eu quero sair'”, contou a musa.
O desejo de desistir do reality, no entanto, não foi atendido pela produção e, até hoje, Juliette não sabe o motivo disso. “Eu não sei se estava acontecendo tanta coisa que eles não perceberam… Eu voltei, me cobri na cama e fui rezar, eu tava tremendo e tal, eu fiquei… e eu me reconectei e não pedi mais pra ir embora, graças a Deus, né, porque deu certo”, brincou ela.
Apesar das dificuldades e de todo o sofrimento, a paraibana afirmou que não se arrepende de sua trajetória, principalmente por ter conseguido se manter fiel a si mesma e, ainda, por ter levado a cultura nordestina para o Brasil todo. “Talvez uma das coisas que eu mais tenho orgulho da minha trajetória é isso, é o Nordeste ter depositado em mim o grito que estava silenciado há tanto tempo e foi gritado. Porque eu falo alto mesmo, porque eu brinco, porque eu falo o que eu penso, eu acho que temos vários períodos, eu acho que ultimamente, de uma forma diferente, a gente sentiu um pouco engasgada, e a gente chegava a ter tipo receio apresentar a nossa cultura e nosso jeito. E eu acho que eu consegui dizer: ‘Sou isso aqui. Se gostar, gostou. Se não gostar, desculpa’. Mas eu consegui ser eu”, celebrou.
Juliette dá detalhes de seu relacionamento com Boninho e Tiago Leifert
Ao longo do programa, os sentimentos do diretor José Bonifácio Brasil de Oliveira, o Boninho, e do apresentador Tiago Leifert por Juliette foram tópicos de muita discussão entre os internautas e fãs da musa, pois muitos acreditavam que a morena não era tão bem quista pelos comandantes do Big Brother. Entretanto, quando questionada sobre o assunto, a paraibana fez questão de desmentir os rumores. “Com o Tiago eu falei mais, com o Boninho eu falei menos, mas assim, não teve nada de uma relação não tão boa com nenhum dos dois, pelo contrário. No dia que eu ganhei, o Boninho tava chorando, ligou de vídeo chorando, me parabenizando, ele e a esposa (Ana Furtado), muito felizes, os olhos brilhando, é… muito honesto. Então, não tive problema nenhum”, declarou.
Ainda segundo a advogada e maquiadora, o relacionamento com Leifert é tão bom que o jornalista se tornou uma espécie de conselheiro. “O Tiago me deu superconselhos, disse assim: ‘Juliette, você vai andar de jatinho’. Eu fico: ‘Quê? Eu de jatinho?’. Ele: ‘Primeira vez que você andar de jatinho, vai me marcar’. Eu falei pá, não andei até hoje, então, mas, assim, se eu for andar, vou marcá-lo”, brincou ela. “O Tiago já mandou foto da filha dele pra mim. É maravilhoso. O Boninho eu falei bem menos, ele está no ‘No Limite’. Então, ele nem tem tempo pra tá batendo papo”, riu Juliette.
A paraibana conquistou até a produção do reality
No entanto, não foram apenas os corações de Leifert e Boninho que a campeã do BBB conquistou – a ex-sister revelou, também, que a produção teve uma reação linda à sua vitória no reality. “Eu acredito, sim, que eles gostavam de mim, porque as próprias pessoas da produção, cara, os dummys, os câmeras, quando eu saí, eles me aplaudiram, os olhos brilhavam, tinha gente balançando bandeira da Paraíba”, relembrou.
“Eu passei no carro correndo assim, eu me emocionei muito, eu vi um cara que ficou fazendo fotinha lá dentro: ‘Juliette, passou aqui’. Eu sentia o olhar, porque você consegue ver o olhar dos ninjas. Eu sentia que as pessoas gostavam de mim. E eu sinto com eles, os que trabalhavam atrás dos vidros, incluindo Tiago Leifert, incluindo Boninho e toda a produção, as produtoras, as diretoras, todas elas, eu sinto como se eles me conhecessem muito. Eu sei que eles viram tudo que eu vivi e eles disseram assim: ‘Não, essa mulher é de verdade’. Eu não tenho dúvida de que eles me conheceram. Eu sinto uma proximidade muito grande, apesar de não ter conversado, eu acredito que eles gostam de mim, sim”, concluiu.
Juliette conta o que mais sente falta do confinamento
A vida de Juliette após o “BBB21” é, com certeza, o sonho de muitos. No entanto, a paraibana revelou a Hugo Gloss que sente falta de alguns aspectos do confinamento. “As festas, eu sinto saudade das pessoas”, confessou ela. “Meu amigo, eu queria, eu não sei, eu vou planejar alguma coisa pra eu fazer uma festa fingindo que é uma festa. Alguma coisa, eu tô com muita saudade. É… a liberdade, né? De tipo abraçar (…) não tinha muito abraço, mas eu me virava. Abraçar as pessoas, não ter medo da doença, poder ficar livre. Eu me sentia, por incrível que pareça, eu presa, eu me sentia livre em relação à Covid-19. Então, minha maior saudade de tá presa [no BBB] era isso, a festa. O resto não, eu tô melhor fora”, disparou. Eita, bichinha arretada!
Assista à segunda parte da conversa entre Juliette e Hugo Gloss:
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Assista também à primeira parte do papo: