Hugo Gloss

Bolsonaro mente e nega ter chamado coronavírus de “gripezinha”; Web resgata vídeos para desmascarar presidente — assista

Jair Bolsonaro afirmou que nunca chamou a Covid-19 de "gripezinha". (Foto: Reprodução)

Nesta quinta-feira (26), Jair Bolsonaro usou o espaço de sua live nas redes sociais para negar que já tenha se referido à Covid-19 como “gripezinha”. Rapidamente, internautas resgataram dois trechos em que o presidente fez isso e que já haviam repercutido negativamente meses atrás. Como era de se esperar, foram várias as críticas e acusações de mentira.

A declaração veio à tona durante uma transmissão, quando Bolsonaro estava acompanhado do ministro da Educação, Milton Ribeiro, e de Carlos Nadalim, secretário de Alfabetização do MEC. “Falei lá atrás que, no meu caso, pelo meu passado de atleta — eu não generalizei — se pegasse o Covid, não sentiria quase nada. Foi o que eu falei”, iniciou o presidente.

Em março, Bolsonaro já havia falado, sim, em gripezinha ao comentar o coronavírus. (Foto: Reprodução)

Bolsonaro alegou que seus nítidos comentários menosprezando a “gripezinha” teriam sido tirados de contexto pela mídia. “Então, o pessoal da mídia, a grande mídia, falando que eu chamei de ‘gripezinha’ a questão do Covid. Não existe um vídeo ou um áudio meu falando dessa forma. E eu falei pelo meu estado atlético, minha vida pregressa, tá? Que eu sempre cuidei do meu corpo. Sempre gostei de praticar esporte”, afirmou.

No dia 24 de março, o presidente pediu em rede nacional que a população voltasse à normalidade, criticando o “confinamento em massa”. Nesta ocasião, ele mencionou que apenas pegaria uma “gripezinha” caso contraísse o coronavírus. “No meu caso particular, pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado com o vírus, não precisaria me preocupar. Nada sentiria ou seria, quando muito, acometido de uma gripezinha ou resfriadinho”, disse ele, tentando justificar seus argumentos em pleno crescimento da pandemia.

Assista ao vídeo:

Antes disso, em 20 de março, Bolsonaro comentou em entrevista que uma “gripezinha” não iria derrubá-lo, pouco após ter sido submetido a dois testes do coronavírus. “Depois da facada, não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar não, tá ok? Se o médico ou o ministro da Saúde me recomendar um novo exame, eu farei. Caso contrário, me comportarei como qualquer um de vocês aqui presentes”, comentou. Olha só:

Mas não acabou por aí… Como bem sabemos, Jair Bolsonaro minimizou a pandemia por diversas vezes. A princípio, ele afirmou que a imprensa estava “superdimensionando” essa questão. Dias depois soltou frases como “vamos todos morrer um dia” e “não sou coveiro”, ao falar do aumento no número de mortes. Ainda em março, o presidente da República foi perguntado sobre o recorde no número de mortes e disse: “E daí?”.

É claro que oito meses depois de tudo isso, e com mais de 170 mil mortos pelo coronavírus, as declarações de hoje foram muito mal vistas. O assunto teve uma grande repercussão no Twitter, entre figuras públicas e muitos outros cidadãos, como Bruno Gagliasso. “Mente que nem sente”, ironizou o ator. “Bolsonaro mente tanto que esquece que tá gravado”, escreveu o jornalista Guga Noblat, que ainda comentou: “A única chance do Bolsonaro não ser um mentiroso compulsivo é se ele sofrer de Alzheimer em grau avançado”.

Outro perfil lamentou a fala, afirmando que é o presidente estaria mesmo é debochando de todos que criticaram seus posicionamentos. “Não é insanidade, não é Alzheimer. Nesse caso não é nem mentira dele, que é mitômano. Isso aí é deboche. Deboche da cara de TODOS nós, independente de sexo, credo, cor, religião e/ou posicionamento político”, disse a conta na rede. Confira mais reações:

O presidente pode até tentar escapar das responsabilidades, mas o povo brasileiro não pode deixar de cobrar explicações do Chefe de Estado. Aliás, ele deveria ser o maior exemplo no combate à doença, que já é uma das maiores pestilências que atingiu o Brasil. No entanto, essa “retrospectiva” mostra que isso está bem longe de acontecer…

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