Jovem que teve barriga cortada em praia de Guarapari se pronuncia sobre caso: ‘Minha namorada não teve nada a ver com isso’; assista

Namorada foi denunciada pelo Ministério Público como agressora, mas rapaz descarta possibilidade

Gabriel Muniz, rapaz que foi encontrado com um corte profundo na barriga, na Praia do Ermitão, em Guarapari (ES), finalmente quebrou o silêncio sobre o caso. Em um vídeo compartilhado neste domingo (1º), no Instagram, o jovem rebateu as acusações do Ministério Público e afirmou que a namorada não é a autora das agressões.

Desde que a história veio à tona, em fevereiro deste ano, as versões da denúncia do MP e a apresentada pelo casal diferem. O relatório final do inquérito policial determinou o indiciamento de Lívia Lima Simões Paiva Pedra, de 20 anos, e a denúncia foi aceita pela Justiça no dia 19 de abril. No entanto, Gabriel descartou as conclusões das autoridades e reforçou que ele e a amada foram vítimas de um terceiro indivíduo.

“É óbvio que minha namorada não tem nada a ver com isso, ela, assim como eu, é vítima desse acontecimento e fica claro que tinha uma terceira pessoa ali que fez isso com nós dois […] A gente foi roubado, isso é óbvio, é um fato, infelizmente isso parece que não foi nem levado em conta, foi roubado de mim um celular e uma caixinha de som, e a minha namorada tinha na bolsa dela R$ 80, que foram deixados eu acho R$ 4 ou R$ 6 espalhados na areia”, relatou ele.

Muniz também apontou uma aparente “falha” na investigação da Polícia Civil. Para ele, os ferimentos de Lívia deveriam mostrar que, na verdade, ela também foi uma vítima e não a agressora. O estudante afirmou, ainda, que há um espaço dentro do Parque Morro da Pescaria, onde tudo aconteceu, em que seria possível sair sem ser registrado por câmeras.

Ele argumentou que a pessoa que os atacou provavelmente fugiu por esse local. “Lá é um parque aberto, com entradas pela região da mata e das pedras, além de uma portaria, que foi por onde a gente entrou, que conta com duas câmeras que ficam só no início”, explicou Muniz. “Estão mostrando nas reportagens que é como se fosse o único acesso, mas não estão levando em conta outras possibilidades, que abrange a que provavelmente a terceira pessoa fugiu. Lá é tão de fácil acesso que, no próprio dia, entrando no morro, demos de cara com três ou quatro pescadores. As pessoas vão lá com liberdade e facilmente quem fez isso fugiu pelas pedras ou pela mata”, continuou.

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No vídeo (que foi publicado no domingo, mas gravado no dia 27 de abril), o rapaz não mencionou drogas. No entanto, durante seus depoimentos à Polícia Civil, tanto ele quanto Lívia admitiram ter feito uso de entorpecentes. Ele declarou que apenas uma lembrança do dia do caso permanece, e confirma que a namorada não foi a responsável.

Segundo Gabriel, enquanto estava sendo golpeado, ele conseguiu ver a namorada deitada na canga, a cerca de 10 metros, ao mesmo tempo. “Isso para mim mata tudo. Fora que o cirurgião facial que me operou disse que não era possível ter aquelas lesões no rosto que tivessem sido causadas por uma pessoa de 1,60m e 48kg, mas apenas por um objeto contundente e com os punhos”, detalhou. “Quem fez as lesões provavelmente foi uma pessoa canhota, já que elas se concentram na parte direita do rosto”, afirmou ele. Com o objetivo de comprovar sua história, o rapaz mostrou um laudo das fraturas na face.

Gabriel Muniz acordou na madrugada do dia 16 de janeiro com um corte profundo na barriga e partes do intestino expostas. (Foto: Reprodução/TV Gazeta)

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Confira o relato na íntegra:

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Investigação

Ao longo da última semana, o delegado responsável pelo caso, Franco Malini, revelou a linha de investigação que os levou à acusação de Lívia. “Um dos elementos que nos levaram a concluir é uma ligação que ela fez com a própria mãe. Tinha combinado um horário, porem não retornou. A partir de então a família começou a procurá-la”, detalhou Malini.

“Somente 2h20 da manhã a mãe conseguiu contato com ela, ela atendeu, e foi quando a mãe relata que escutou a voz da filha, apenas, durante 50 minutos de ligação, e em alguns momentos escuta o rapaz falar ‘Praia do Ermitão’ e deduziu onde estavam”, explicou.

A investigação constatou que ela teria feito o corte com um caco de vidro. “Essa investigação não poderia se basear em provas testemunhais. Apenas duas pessoas estavam no local e, de acordo com a legislação, devem colaborar com as investigações. Ambos dizem não se lembrar do que ocorreu. A nossa conclusão foi que só estavam eles. O segundo ponto são as lesões que a menina apresenta na mão, lesões típicas de corte. Ela possivelmente deu soco no rosto do rapaz e fez o corte na barriga, por conta do corte que tem na mão”, relatou.

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Ainda segundo o delegado, ambos confirmaram o uso de “quadradinho”, ou seja, LSD, e disseram não se recordar do que houve após terem alucinações. Eles só se lembram de acordar, e observar que o rapaz estava com a barriga aberta. No documento, o MP afirma que Lívia agiu “por motivação desconhecida e impulsionada pelo uso de drogas“.

Ela foi denunciada por lesão corporal grave e sua prisão não foi solicitada. A jovem deve responder em liberdade e, caso seja condenada pelo crime, a pena é de prisão de dois a oito anos.

Mochila, cacos de vidro e pedaços de órgão foram achados na areia. (Foto: Reprodução/TV Gazeta)
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