Mansão Playboy: Gêmeas revelam hábitos bizarros e assustadores de Hugh Hefner na cama: “Ele é o diabo”

Aos 32 anos, Karissa e Kristina Shannon falaram sobre a relação com o magnata, que as recrutou ainda jovens para a mansão

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Após as “coelhinhas da Playboy” trazerem à tona uma série de acusações sobre abusos cometidos por Hugh Hefner, fundador da revista, mais declarações chocantes estão aparecendo. Nesta semana, em entrevista ao Sunday Mirror, as gêmeas Karissa e Kristina Shannon falaram sobre a relação “assustadora” com o magnata e afirmaram que pretendem processar a revista.

“Hef agia como se fosse nosso dono. Se infringíssemos as regras, seus guardas nos arrastavam para nosso quarto e não nos deixavam sair. Hef chamou de ‘prisão HMF’, com suas iniciais. Ele atacava jovens vulneráveis como nós. Ele oferecia o mundo e depois nos mantinha presas em casa”, disse Kristina.

Segundo as irmãs, elas foram abordadas pelo empresário quando tinham apenas 19 anos e “eram inocentes”. Ainda, ele organizava reuniões que acabavam em “sexo grupal e muita droga”. “Foi assustador e nojento. Nos sentíamos sujas, enojadas, como se nossos corpos não fossem nossos… Ele nos disse que as drogas ajudariam com nossa ansiedade. Fumamos um pouco de maconha. Nós nos sentimos congeladas no início, mas depois de um tempo ficamos soltas e confusas”, contou Karissa.

“Ele dizia: ‘Meus bebês, meus bebês’, e nos abraçou enquanto nos deitamos uma de cada lado dele. Ele nos disse para chamá-lo de ‘Papai’. Eram quase 5 da manhã quando voltamos para o nosso quarto naquela primeira noite e concordamos: ‘Ele é o diabo. Ele tem uma alma obscura. Ele vai para o inferno'”, continuou.

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As gêmeas foram para a mansão aos 19 anos. (Foto: Getty)

Em um dos momentos mais chocantes da entrevista, Karissa contou que engravidou de Hugh quando ele tinha 83 anos, e sentiu “como se estivesse carregando o filho do diabo”. Com isso, ela fez um aborto sem que o magnata soubesse de nada.

“Quando Hef morreu, parte de nós se sentiu triste, mas outra parte disse: ‘Que bom que ele morreu, outras garotas não serão arruinadas como nós fomos’. Eu achava que a Playboy era uma grande família – agora posso ver que era uma tudo uma grande mentira”, completou Kristina. O empresário morreu em 2017, de causas naturais.

Aos 32 anos, as gêmeas agora planejam processar a Playboy, alegando “sofrimento emocional e trauma”. “Nós éramos Playmates [coelhinhas], empregadas, e tudo aconteceu na mansão, então queremos ir atrás deles. Estamos nos manifestando porque queremos que as pessoas saibam quem ele realmente era e o que estava acontecendo a portas fechadas”, finalizou Kristina.

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As acusações

Foi ao ar no dia 24 de janeiro a série documental “Secrets of Playboy”, do canal A&E, que traz fortes depoimentos de mulheres sobre as obscuridades por trás da Mansão Playboy. Enquanto Hugh Hefner vendia uma ideia de liberdade sexual, as famosas “coelhinhas” eram submetidas a uma série de abusos nos bastidores. Dentre as confissões mais chocantes, está a de Holly Madison, ex-namorada do magnata, que chegou a comparar a dinâmica da casa a um culto.

“A razão pela qual eu acho que a mansão parecia um culto, olhando para trás, é porque estávamos todas meio que vítimas de gaslighting (forma de abuso psicológico na qual informações são distorcidas), mas ao mesmo tempo, esperavam que pensássemos em Hef como um cara muito bom. E aí você começava a pensar: ‘Ah, ele não é o que dizem na mídia — ele é apenas um homem legal'”, declarou ela, em um trecho.

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(Foto: Getty)

Ex-parceira de Hugh, Madison também citou uma série de regras que as namoradas do empresário precisavam seguir. “Outra coisa que fazia parecer um culto, era a maneira como éramos isoladas do mundo. Havia um toque de recolher às 21h. Éramos encorajadas a não receber amigos na casa. Não tínhamos muita permissão para sair, a não ser que fosse pra passar épocas festivas com a família. Todo mundo pensa que o portão de metal da mansão foi feito para manter as pessoas fora, mas comecei a sentir que era para nos trancar”, pontuou.

Hefner ainda incentivou que a loira desistisse do trabalho que mantinha em paralelo. “Eu trabalhava uma vez por semana como garçonete, porque queria uma segurança caso as coisas na Playboy não dessem certo. Ele disse que aquilo o deixava com ciúme e que gostaria que eu me demitisse. Foi aí que passamos a receber uma ‘recompensa’ de US$ 1.000 por semana”, lembrou Holly.

De acordo com a ex-playmate Carla Howe, não eram usados preservativos durante as orgias e nenhum teste para verificar doenças sexualmente transmissíveis era feito após. Kendra Wilkinson, por sua vez, relatou que o sexo era tão insuportável que não conseguia ficar sóbria em meio aos “rituais”: “Eu tinha que estar muito bêbada ou fumar muita maconha para sobreviver àquelas noites — não havia maneira de contornar aquilo“.

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Abuso emocional

No documentário, Holly afirmou que Hefner costumava criticar a aparência das namoradas, tornando-as inseguras. “Um dia, Hef me disse em voz baixa ‘nunca mais use batom vermelho’ e virou-se para a porta. Ele fez uma pausa e se virou para avaliar minha reação. Decidindo que não tinha feito dano suficiente, ele me deu um golpe final antes de sair da sala: ‘Você parece uma velha, dura e fácil'”, recordou.

Kendra também citou uma noite em que foi “humilhada” por ter ganhado peso. “Estávamos todos na limusine a caminho de uma sessão de autógrafos com Hef quando ele me puxou de lado e perguntou: ‘Está tudo bem?’. Eu disse: ‘Me sinto gorda, Hef. Todo mundo aqui é tão bonito. Isso está me deixando muito insegura’. Ele respondeu: ‘Bem, você parece ter engordado. Talvez você possa ir à academia’. Quando chegamos em casa, fui para o meu quarto e chorei até dormir”, contou.

Playboy se manifesta

Antes do lançamento do documentário, a Playboy escreveu uma carta aberta condenando as ações “abomináveis” de Hefner e prometendo fazer “mudanças positivas”: “Em primeiro lugar, queremos dizer: confiamos e validamos as mulheres e suas histórias, e apoiamos fortemente as pessoas que se apresentaram para compartilhar suas experiências. Como uma marca com positividade sexual em sua essência, acreditamos que segurança, proteção e responsabilidade são primordiais, e qualquer coisa menos é imperdoável”. A marca prometeu ouvir as histórias das vítimas e “continuar a combater o assédio e a discriminação”, insistindo por fim que “a Playboy de hoje não é a Playboy de Hugh Hefner”, falecido em 2017, aos 91 anos.