Mansão Playboy: Viúva de Hugh Hefner encontra provas de acusações feitas por ex-coelhinha em documentário; saiba detalhes

Crystal Hefner se manifestou sobre uma das acusações feitas contra o marido, e tranquilizou vítimas sobre destino do material encontrado por ela

Playboy (Getty)

Após as “coelhinhas da Playboy” trazerem à tona uma série de acusações sobre abusos cometidos por Hugh Hefner, fundador da revista, Crystal Hefner, viúva do magnata, se manifestou sobre o assunto. Em uma publicação no Twitter nesta terça-feira (25), ela revelou que as acusações sobre as “nudes de vingança”, feitas por Holly Madison, são mesmo reais. Segundo as informações, o empresário chantageava as moças com fotos comprometedoras.

No documentário “Secrets of Playboy”, lançado nesta semana, Madison disse que as “coelhinhas” temiam enfrentar a ira do empresário, já que ele possuía fotos “explícitas” e poderia divulgá-las ao público a qualquer momento. “[Hefner] estava constantemente tirando fotografias destas mulheres em sua máquina fotográfica descartável. E elas estavam quase sempre drogadas. Eu sei que eu estava fortemente drogada”, contou.

Hugh Hefner e Crystal Hefner ficaram juntos até a morte do empresário. (Foto: Getty)
Hugh Hefner e Crystal Hefner ficaram juntos até a morte do empresário. (Foto: Getty)

“Ele fazia cópias de todas as fotos e as entregava a todos os que estivessem lá naquela noite. Por isso, se alguma garota fizesse uma pose sexualmente explícita, ele tiraria uma fotografia disso, faria uma cópia e daria a todos, além de colocar num álbum de recortes. Quando vivi na mansão, tive medo de sair. Se eu partisse, havia apenas esta montanha de pornografia de vingança à espera”, acrescentou Holly, que namorou o magnata entre os anos de 2001 e 2008.

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Agora, a viúva do empresário, Crystal Hefner, afirmou que encontrou e destruiu todas as chamadas “nudes de vingança”. “Eu encontrei milhares dessas fotos de câmeras descartáveis das quais você estava falando, Holly Madison. Imediatamente as rasguei e destruí cada uma delas para você e todas as outras mulheres que estavam nelas”, escreveu.

Após a manifestação de Crystal, que foi companheira de Hugh por cerca de cinco anos, Holly agradeceu o apoio publicamente. “Muito obrigada, Crystal”, disse ela, ao responder o tuite.

 

As acusações

Foi ao ar, na segunda-feira (24), a série documental “Secrets of Playboy”, do canal A&E, que traz fortes depoimentos de mulheres sobre as obscuridades por trás da Mansão Playboy. Enquanto Hugh Hefner vendia uma ideia de liberdade sexual, as famosas “coelhinhas” eram submetidas a uma série de abusos nos bastidores. Dentre as confissões mais chocantes, está a de Holly Madison, ex-namorada do magnata, que chegou a comparar a dinâmica da casa a um culto.

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“A razão pela qual eu acho que a mansão parecia um culto, olhando para trás, é porque estávamos todas meio que vítimas de gaslighting (forma de abuso psicológico na qual informações são distorcidas), mas ao mesmo tempo, esperavam que pensássemos em Hef como um cara muito bom. E aí você começava a pensar: ‘Ah, ele não é o que dizem na mídia — ele é apenas um homem legal'”, declarou ela, em um trecho.

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(Foto: Getty)

Ex-parceira de Hugh, Madison também citou uma série de regras que as namoradas do empresário precisavam seguir. “Outra coisa que fazia parecer um culto, era a maneira como éramos isoladas do mundo. Havia um toque de recolher às 21h. Éramos encorajadas a não receber amigos na casa. Não tínhamos muita permissão para sair, a não ser que fosse pra passar épocas festivas com a família. Todo mundo pensa que o portão de metal da mansão foi feito para manter as pessoas fora, mas comecei a sentir que era para nos trancar”, pontuou.

Hefner ainda incentivou que a loira desistisse do trabalho que mantinha em paralelo. “Eu trabalhava uma vez por semana como garçonete, porque queria uma segurança caso as coisas na Playboy não dessem certo. Ele disse que aquilo o deixava com ciúme e que gostaria que eu me demitisse. Foi aí que passamos a receber uma ‘recompensa’ de US$ 1.000 por semana”, lembrou Holly.

De acordo com a ex-playmate Carla Howe, não eram usados preservativos durante as orgias e nenhum teste para verificar doenças sexualmente transmissíveis era feito após. Kendra Wilkinson, por sua vez, relatou que o sexo era tão insuportável que não conseguia ficar sóbria em meio aos “rituais”: “Eu tinha que estar muito bêbada ou fumar muita maconha para sobreviver àquelas noites — não havia maneira de contornar aquilo“.

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Abuso emocional

No documentário, Holly também afirmou que Hefner costumava criticar a aparência das namoradas, tornando-as inseguras. “Um dia, Hef me disse em voz baixa ‘nunca mais use batom vermelho’ e virou-se para a porta. Ele fez uma pausa e se virou para avaliar minha reação. Decidindo que não tinha feito dano suficiente, ele me deu um golpe final antes de sair da sala: ‘Você parece uma velha, dura e fácil'”, recordou.

Kendra também citou uma noite em que foi “humilhada” por ter ganhado peso. “Estávamos todos na limusine a caminho de uma sessão de autógrafos com Hef quando ele me puxou de lado e perguntou: ‘Está tudo bem?’. Eu disse: ‘Me sinto gorda, Hef. Todo mundo aqui é tão bonito. Isso está me deixando muito insegura’. Ele respondeu: ‘Bem, você parece ter engordado. Talvez você possa ir à academia’. Quando chegamos em casa, fui para o meu quarto e chorei até dormir”, contou.

Playboy se manifesta

Antes do lançamento do documentário, a Playboy escreveu uma carta aberta condenando as ações “abomináveis” de Hefner e prometendo fazer “mudanças positivas”: “Em primeiro lugar, queremos dizer: confiamos e validamos as mulheres e suas histórias, e apoiamos fortemente as pessoas que se apresentaram para compartilhar suas experiências. Como uma marca com positividade sexual em sua essência, acreditamos que segurança, proteção e responsabilidade são primordiais, e qualquer coisa menos é imperdoável”. A marca prometeu ouvir as histórias das vítimas e “continuar a combater o assédio e a discriminação”, insistindo por fim que “a Playboy de hoje não é a Playboy de Hugh Hefner”, falecido em 2017, aos 91 anos.