Nesta quarta-feira (6), o TMZ revelou que, em um determinado período da tutela, Jamie Spears, pai de Britney Spears, tentou “curar” os problemas de saúde mental da filha através da religião. A artista já teve diagnósticos médicos que apontavam transtornos e, inclusive, foi internada em clínicas para tratamentos psiquiátricos. No entanto, o patriarca e uma equipe que gerenciava as finanças de Britney, sentiram que “poderiam libertá-la das garras de seus problemas mentais com a religião”.
Jamie se tornou cristão após um período de reabilitação no início da tutela. No mesmo período, ele conheceu Lou Taylor, que trabalhou com Jamie Lynn Spears, irmã de Britney, lá em 2004, e também se tornou a porta-voz da família. Taylor criou uma empresa chamada Tri Star Entertainment e, em 2008, ela e o patriarca decidiram fazer da Tri Star a gerenciadora de negócios durante a tutela de Britney.
Taylor também foi uma cristã fervorosa, segundo sua entrevista ao programa “Today”, em 2008. Ela trouxe Robin Greenhill, que trabalhava para a Tri Star, para ter contato diário com Britney, ajudando a administrar seus negócios. Mas, segundo as revelações do TMZ, a relação foi além do dinheiro e a mulher passou a estar presente em todos os aspectos da vida da cantora.
As fontes, que são próximas de Britney, disseram que durante o primeiro ano, “Jamie, Robin e Lou andavam com a Bíblia na mão, profetizando a palavra de Deus”. Ainda segundo os insiders, por um tempo eles só deixaram Britney ler material religioso e havia uma pouca tolerância para qualquer pessoa que não fosse um “bom cristão”.
A mãe de Britney, Lynne Spears, escreveu em um de seus livros que “Jamie ia arquivar a tutela em 22 de janeiro, mas ele e sua gerente de negócios, Lou, sentiram Deus levando-os a esperar, jejuar e rezar, apesar da frustração de um do montante de advogados envolvidos”. A tentativa de “cura religiosa” aconteceu durante a “Circus Tour”, mas à medida que o dinheiro foi chegando, a religião caiu e o dinheiro se tornou central para a gestão empresarial e para a tutela.
A empresa de Lou, a Tri Star, estava recebendo 5% dos lucros brutos de Britney. Pelo que a artista recebia pelas performances, era uma boa quantidade de dinheiro. Em 2019, quando a cantora parou de se apresentar, Taylor enviou um e-mail a Jamie e disse que as comissões haviam diminuído e que ela queria uma garantia de US$ 500 mil por ano (mais de R$ 2,7 milhões pela cotação atual).
Na época, pessoas próximas, incluindo o então advogado de Britney, Samuel Ingham, perceberam que havia algo errado, porque quando alguém pega uma porcentagem, tende a ganhar mais do que deveria por um certo período de tempo. Jamie Spears, entretanto, não se sentiu assim, e aprovou a solicitação, o que incomodou muito alguns dos envolvidos.
Hoje, Britney está — finalmente — livre do pai, após ele ser retirado do cargo de tutor, depois de 13 longos anos. Taylor também não está mais envolvida na vida da cantora e, segundo o TMZ, ela e Robin serão investigadas pelo atual advogado da princesinha do pop, Mathew Rosengart, para determinar se elas cometeram “ato ilícito ou apropriação indevida de bens”. Rosengart também quer chamá-las para depor e determinar se elas “gravaram ou escutaram ilegalmente as conversas e mensagens de texto de Britney enquanto a cantora estava em seu quarto”.
Entenda o caso da tutela de Britney
Em 2008, Britney Spears passou a viver sob tutela gerenciada por seu pai, Jamie Spears, e desde então, a estrela não tem mais controle sobre sua própria trajetória. Em setembro do ano passado, um juiz nomeou a gestora Jodi Montgomery como tutora temporária de questões pessoais da artista, depois que seu pai deixou o cargo, alegando “razões pessoais de saúde”. Jamie ainda era responsável por controlar a parte financeira da vida da filha, até agora.
Nos Estados Unidos, o status de tutela é decretado por um tribunal para pessoas incapazes de tomar decisões por si mesmas. No caso da cantora, ela passou por um período conturbado em 2007, devido ao descontrole do uso de substâncias ilegais e bebidas alcoólicas, tendo como resultado diversos problemas na Justiça, principalmente em relação à guarda dos filhos.
Preocupados com o bem-estar da estrela, fãs de todo o mundo tomaram as redes sociais e até mesmo as ruas com o movimento #FreeBritney. A diva pop também chocou o mundo em junho deste ano, quando falou pela primeira vez no tribunal, e denunciou vários abusos que sofreu durante o período em que esteve sob a interferência direta de Jamie Spears. Saiba todos os detalhes e entenda a briga judicial, clicando aqui.
Free Britney
Depois de 13 longos anos, a liberdade finalmente cantou para Britney Spears. Em 29 de setembro, a juíza Brenda Penny, do Tribunal Superior de Los Angeles, retirou Jamie Spears do controle da tutela da filha. Segundo o BuzzFeed, durante uma audiência, a magistrada decidiu que o pai da cantora deve deixar o posto imediatamente.
Jamie já havia desistido de ser tutor, mas sua saída estava prevista para acontecer somente em audiência marcada para janeiro do próximo ano. No entanto, Britney solicitou à Justiça norte-americana a antecipação do fim da tutela do pai, e foi atendida pela juíza. “Esta situação não é sustentável… Esta situação é tóxica”, disse Brenda Penny ao decidir pela suspensão do patriarca. Agora, John Zabel substitui Jamie Spears no papel de tutor. Zabel é contador público e foi nomeado pela própria Britney para supervisionar suas finanças temporariamente.
O novo desdobramento marca um momento crucial na busca da princesinha do pop para se libertar da tutela, que deu a seu pai as rédeas de seus assuntos pessoais, negócios e fortuna. “Britney Spears merece acordar amanhã sem seu pai como tutor”, argumentou o advogado de Britney, Mathew Rosengart, no tribunal. Na audiência de janeiro será decidido se a cantora continuará ou não a ser tutelada.