Paulinha Abelha: 3 meses após morte da cantora, médica se manifesta pela primeira vez

Paula Cavallaro se mostrou aliviada com o laudo do óbito da artista, que afastou rumores sobre medicamentos receitados

Paulinha Abelha Calcinha Preta

Nesta quarta-feira (8), três meses após o falecimento de Paulinha Abelha, a médica Paula Cavallaro, responsável por cuidar da cantora, se pronunciou sobre a tragédia pela primeira vez. Na época, a profissional de saúde se tornou alvo de internautas nas redes sociais e chegou a ser acusada como uma das responsáveis pela morte da vocalista do Calcinha Preta, devido a medicamentos receitados por ela.

As críticas e acusações afastaram a médica das redes por um bom tempo. No entanto, o laudo médico divulgado em março comprovou que a morte de Paulinha não estava relacionada com o trabalho de Cavallaro. Em vídeo e relato enviados ao colunista Leo Dias, do Metrópoles, a médica apareceu acompanhada por Clevinho Santos, marido de Abelha, e se defendeu do falatório, que classificou como “injusto”.

Segundo Paula, o documento comprovou que as lesões nos rins de Paulinha não foram causadas pelos medicamentos receitados por ela. “De acordo com a documentação analisada, as lesões renais apresentadas pela paciente não possuem nexo causal com os medicamentos prescritos pela Clínica Cavallaro”, explicou a profissional. “Ou seja, não existe nexo causal entre os medicamentos prescritos e a doença que acometeu Paulinha. Embora todo o estrago que fizeram em minha vida pessoal e profissional, em momento algum eu duvidei de que a verdade viria à tona, como realmente veio”, desabafou.

No relato, Cavallaro revelou que as acusações do público prejudicaram sua carreira, já que diversos pacientes abandonaram os tratamentos que faziam em sua clínica. “Algumas pessoas utilizaram as redes sociais para me difamar. Sofri acusações injustas, que não afetaram só a mim, mas prejudicaram também, outros profissionais médicos, e a muitos pacientes que interromperam seu tratamento em razão das inverdades disseminadas maldosamente nas redes sociais”, apontou.

A profissional ressaltou que foi o próprio Clevinho que a incentivou a quebrar o silêncio e rebater as acusações feitas. Ela também explicou que se sentiu “em paz” para explicar por que demorou a reaparecer na mídia. “Nós estávamos aqui lembrando de momentos bons e felizes com Paulinha e acho que por essa memória eu me senti em paz para me posicionar e falar sobre tudo que aconteceu”, confessou.

A médica reforçou que, apesar de estar ciente das consequências, quando o laudo (encomendado pelo marido de Abelha) veio à tona em março e “comprovou sua inocência”, ela preferiu viver o luto antes de tomar qualquer decisão. “Enquanto ela estava internada, nós buscamos tudo de melhor no mundo que existia para ela, lutando. Não deu para gente ver o que estava se passando aqui fora”, afirmou.

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Confira o relato na íntegra:

“Hoje eu resolvi falar sobre as injustiças que fizeram comigo, em decorrência do falecimento da minha eterna amiga Paulinha Abelha. Algumas pessoas utilizaram as redes sociais para me difamar. Sofri acusações injustas, que não afetaram só a mim, mas prejudicaram também, outros profissionais médicos, e a muitos pacientes que interromperam seu tratamento em razão das inverdades disseminadas maldosamente nas redes sociais.

Paulinha era saudável, e cuidava de sua saúde com hábitos bons e comidas de verdade; o laudo final atesta que a minha atuação profissional não teve qualquer ligação com o o ocorrido.

De acordo com a documentação analisada, as lesões renais apresentadas pela paciente não possuem relação com os medicamentos prescritos pela Clínica Cavallaro. Ou seja, não existe nexo causal entre os medicamentos prescritos e a doença que acometeu Paulinha. Embora todo o estrago que fizeram em minha vida pessoal e profissional, em momento algum eu duvidei de que a verdade viria à tona, como realmente veio.

Agora que está tudo esclarecido, eu vou ressignificar; mas, o principal motivo que me fez vir falar desse assunto hoje, é a minha preocupação com as pessoas em todo o Brasil e no mundo afora, que necessitam de acompanhamento médico, e que interromperam ou deixaram de buscar tratamento médico pelo medo causado por essas acusações infundadas“.

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Laudo médico revela causa real da morte da cantora

No dia 31 de março, foi revelado o laudo definitivo com a causa da morte de Paulinha Abelha, que nos deixou no final de fevereiro, aos 43 anos. Clevinho Santos, viúvo da artista que integrava o Calcinha Preta, contratou uma assessoria médica para analisar todos os prontuários da cantora, enquanto ela esteve internada nos hospitais Unimed Sergipe e Primavera.

O documento, enviado à revista Quem por Wanderson dos Santos Nascimento, advogado de Clevinho, aponta que “o óbito da paciente ocorreu devido a um processo infeccioso no Sistema Nervoso Central, conforme consta na Certidão de Óbito, e não decorrente de Intoxicação Exógena medicamentosa”. 

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Exames toxicológicos mostraram que 16 substâncias foram encontradas no corpo de Paulinha por conta de medicamentos diuréticos. Além disso, durante o período de internação, a artista teve suas funções hepáticas, renais e neurológicas afetadas. De acordo com o laudo, entretanto, estes problemas não têm relação com o uso de medicamentos prescritos pela Clínica Cavallaro e pelos hospitais Unimed SE e Primavera.

“O tratamento instituído pelos citados Hospitais seguiu o protocolo específico e bibliografia médica atual, porém, houve uma rápida evolução para o óbito. Os medicamentos prescritos pela Clínica Cavallaro e durante a internação hospitalar não causaram lesões e/ou intoxicação na paciente, ou seja, não existe nexo causal entre os medicamentos prescritos e o evento óbito”, informou o documento. A certidão de óbito da cantora apontou quatro causas da morte: meningoencefalite, hipertensão craniana, insuficiência renal aguda e hepatite. Clique aqui para conferir a íntegra.

Fotojet (21)
Com uma carreira de sucesso na banda de forró, Paulinha Abelha faleceu aos 43 anos (Foto: Reprodução/Instagram)