Será que o fim de uma era se aproxima? Nesta semana, em entrevista bem-humorada, mas sincerona ao podcast Pure Cinema, o aclamado Quentin Tarantino falou sobre sua aposentadoria das produções cinematográficas e opinou sobre a importância da última obra de um diretor ser épica. Essa não é a primeira vez que ele aborda a temática e, para nossa tristeza de fã, o criador do clássico “Pulp Fiction” parece determinado quanto a seus planos para o futuro…
Ao longo do tempo, alguns diretores produzem grandes obras, algumas dignas de Oscar. Contudo, Tarantino acredita que nem sempre o último filme da carreira de um diretor é tão extraordinário quanto às demais produções. “A maioria dos diretores tem últimos filmes horríveis. Geralmente os piores são os últimos. Esse é o caso da maioria dos diretores da Era de Ouro [de Hollywood], que fizeram suas últimas produções nos anos de 1960 e 1970. Isso acabou sendo o caso também da maioria dos diretores da Nova Hollywood que fizeram seus últimos filmes nos anos de 1980 e 1990. […] Então, terminar a carreira com um filme decente é raro. Terminá-la com um filme bom é meio que fenomenal”, argumentou.
Tarantino ainda revelou que poderia deixar de produzir um último filme, visando manter o nível de suas produções sem o risco de criar algo não tão bom. “Digo, a maioria dos últimos filmes dos diretores são ruins para caramba. Talvez eu não deveria fazer outro filme, porque eu poderia estar realmente feliz em apenas largar o microfone”, compartilhou com sinceridade.
Esta não é a primeira vez que o diretor de “Era Uma Vez Em… Hollywood” – sua nona produção – fala de seus planos de aposentadoria. Em entrevista ao Deadline em 2014, Tarantino revelou a possibilidade de encerrar sua filmografia na décima obra da carreira.
“Eu não acredito que deveria continuar produzindo até que as pessoas implorem para você sair. Gosto da ideia de deixá-las querendo mais. Acredito que ser diretor é algo para os mais jovens e gosto da ideia de um cordão umbilical conectando meu primeiro e último filme. Não quero ridicularizar ninguém que pensa diferente, mas eu quero continuar enquanto estou forte… Eu gosto de que vou deixar uma filmografia de 10 obras. Não está gravado em pedra, mas esse é o plano. Se eu chegar no meu décimo filme, fizer um bom trabalho e não estragar tudo, isso soa como um bom jeito de finalizar a carreira. Se depois aparecer um bom filme, não vou deixar de fazê-lo só porque disse que não faria. Mas 10 e pronto. Deixe-os querendo mais, isso soa correto”, disse à época.
Já em 2019, durante entrevista à GQ Austrália, o cineasta contou um pouco sobre o que poderia fazer após deixar o cenário cinematográfico. “Acho que quando eu chegar em peças teatrais, terei chegado no final da estrada. Me vejo escrevendo livros e começando a escrever peças, então continuarei criativo. Apenas acho que dei tudo o que poderia dar para os filmes”, declarou.
Brad Pitt estava na mesma entrevista da GQ, que visava promover “Era Uma Vez Em… Hollywood”, e também falou sobre os planos de Tarantino. “Não acho que ele esteja blefando de forma alguma. Eu acho que ele realmente está falando sério. E eu meio que lamento isso por ele, mas ele entende a matemática de quando um diretor começa a decair. Ele tem outros planos e nós não teremos de dizer adeus por um bom tempo”, compartilhou o intérprete de Cliff Booth – que dividiu a telona com Leonardo DiCaprio (Rick Dalton) e Margot Robbie (Sharon Tate).
Segundo o The Hollywood Reporter, enquanto o diretor promovia seu filme sobre a Era de Ouro de Hollywood em 2019, ele revelou durante uma coletiva de imprensa em Moscou, na Rússia, qual poderia ser seu último filme. “Se você pensar na ideia de que todos os filmes contam uma história, que cada filme é um como um trem conectado ao outro, esse seria o grande climax final de tudo. Posso imaginar que o décimo filme seria uma espécie de epílogo”, contou. É, gente, já vamos garantir nossas camisetas escrito “ Written and Directed By Quentin Tarantino” enquanto é tempo!
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