Filme de terror ou vida real? Nesse caso, a história está longe de ser mera ficção… No último domingo (24), em Resistência, na Argentina, uma mulher descobriu que sua mãe, de 84 anos, ainda estava viva quando estava prestes a cremá-la. O caso bizarro e assustador foi divulgado pelo jornal Clarín, enquanto a polícia local investiga essa denúncia.
A mulher levou sua mãe ao hospital no sábado, quando lhe disseram que ela seria internada na UTI. “Os médicos decidiram que ela devia ficar internada na terapia intensiva”, relatou Alejandro Dominguez, chefe da Divisão de Imprensa da Polícia de Chaco. No dia seguinte, quando a filha voltou, ela ouviu da equipe que sua mãe estava morta, após uma parada cardiorrespiratória: “A mulher, segundo seu depoimento, foi para casa e voltou no dia seguinte, no mesmo domingo em que fez a denúncia. Foi aí que lhe disseram no hospital que sua mãe havia falecido”.
Foi no crematório, prestes a se despedir da mãe, que a mulher percebeu que a senhora ainda estava respirando! “Por protocolo, devido à pandemia de Covid-19, os falecidos ficam com uma máscara facial e são colocados num caixão selado, com um vidro. À mulher, lhe deixaram uma hora para que ela pudesse se despedir de sua mãe. Nesse momento, justo quando estavam para levar o corpo, a filha notou que a máscara de sua mãe se mexia. Daí se deu conta que ela ainda respirava”, acrescentou Dominguez.
Diante do susto, a filha interrompeu o processo de cremação e imediatamente ligou para o hospital, para que sua mãe retornasse aos cuidados médicos. “Aí constataram que a mulher seguia viva”, disse o chefe do departamento de imprensa. No entanto, apesar de viva, o estado da idosa ainda é delicado: “Pelo que soubemos até ontem, a mulher seguia internada com sinais vitais muito fracos”. Agora, a filha denunciou o Hospital da Sagrada Família de Resistência por dar a senhora como morta.
Por que isso aconteceu?
Em entrevista ao jornal Clarín, o presidente da Associação de Clínicas e Sanatórios de Chaco, Armando Frangioli, afirmou que a última vez em que lidaram com isso “faz 100 anos”. Apesar de assumir que, hoje em dia, “deveria ser menos difícil certificar uma morte que não é [morte]”, ele ressaltou que “há casos que podem deixar dúvidas”.
“Em pacientes muito esgotados, com muita deterioração física, um controle médico pouco profundo pode terminar nessa condição. É claramente um erro, ou é uma situação maior na escala dos valores. Não creio que seja práxis ruim, pode ser uma desídia ou falta de rigorosidade no controle médico”, avaliou ele.
Em alguns casos, exames determinam se há ou não atividade cerebral, antes de declarar uma pessoa como morta. “Quando os sinais são muito fracos, pode se fazer um eletroencefalograma, para ver se o cérebro segue ativo. Se não há atividade cerebral, determina-se a morte de uma pessoa”, mencionou Frangioli. Não se sabe o que de fato aconteceu com essa família, mas a Promotoria de Investigação Penal da Argentina irá averiguar essa história.
[Atualização 28/01/2020]
No final da noite desta quarta-feira (27), o jornal Clarín revelou que a senhora de 84 anos não resistiu e faleceu. A notícia foi confirmada por fontes judiciais, após dias de agonia desde que a mulher quase foi cremada em vida.