[ALERTA – o texto abaixo contém spoilers de “Loki”, nova minissérie da Marvel Studios para o Disney+]
O deus da trapaça está de volta! Após meses de espera, “Loki” finalmente estreou no Disney+ na manhã desta quarta-feira (9) e o primeiro episódio da trama trouxe uma mistura perfeita de flashbacks e aventuras inéditas do melhor vilão de caráter duvidoso do MCU (Marvel Cinematic Universe). Com promessas de se tornar a maior e melhor série da Marvel Studios até agora, a história prepara o terreno para os próximos passos da gigante dos quadrinhos no cinema. Apesar de começar mais devagar, o episódio apresenta um grande universo e também nos mostra o irmão de Thor (Chris Hemsworth) enfrentando o seu maior inimigo: ele mesmo.
Se você é uma das cinco pessoas vivas que não viram “Vingadores: Ultimato”, a série começa com um breve flashback de como Loki (Tom Hiddleston) chegou ao Deserto de Gobi, situado na região sul da Mongólia, nas cenas de abertura. Mas se o deus da trapaça pensava que já havia tido um longo dia (e lembre-se, este é o mesmo Loki que perdeu a batalha de Nova York em “Os Vingadores“, de 2012, e foi recentemente vítima de Hulk), ele estava muito enganado. Após uma tentativa capenga do vilão de dominar residentes de Gobi, os agentes do TVA (Time Variant Authority ou AVT – Autoridade de Variância do Tempo, em português) aparecem no local antes que o asgardiano possa causar problemas ainda maiores.
Ele então é preso e levado à sede do TVA para responder por seus crimes contra a Linha do Tempo Sagrada. Durante sua passagem pelo local, Loki descobre que, como Variante, ele é uma ameaça para a linha do tempo, pois variantes podem causar eventos nexos que, se não tratados, podem fazer com que a linha do tempo se ramifique e um multiverso surja (considerando que “Doutor Estranho e o Multiverso da Loucura” será um dos próximos lançamentos da Marvel, é uma boa aposta que o TVA eventualmente falhará em sua missão).
Enquanto isso, o Agente Mobius M. Mobius (Owen Wilson) investiga outra Variante que cometeu uma série de ataques mortais a um time da TVA, desta vez na França. O agente então descobre que o culpado com chifres e punhal (hmm, quem será?) deixou uma pista ao dar um doce azul a uma jovem testemunha. Antes de Mobius ter essa linha do tempo redefinida, ele é interrompido por outro agente da TVA que lhe entrega o arquivo de Loki. De volta ao TVA, a nova versão antiga do vilão enfrenta um julgamento e está prestes a sofrer um destino quase tão horrível quanto o seu embate contra Thanos (Josh Brolin) quando Mobius aparece para “salvá-lo”. As intenções da autoridade do tempo, no entanto, não são tão altruístas – o personagem há tempos admira as “travessuras” do deus nórdico e tem planos para ele.
Neste momento, fica muito óbvio que Mobius entende Loki melhor do que qualquer outra pessoa, mas, para fazê-lo cooperar com suas intenções, ele precisa domá-lo. Para isso, o agente parece realmente empenhado em tentar descobrir o que motiva Loki, mas o deus fica defensivo e transtornado enquanto seus “maiores sucessos” (e mais violentos) da linha do tempo original são reproduzidos para ele – a batalha de Nova York, sua tentativa de dominar a Alemanha e muito mais. No entanto, o maior conflito do episódio é que Loki quer acreditar quase desesperadamente que suas escolhas são suas e a ideia de que ele não é o verdadeiro mestre de seu destino o irrita profundamente.
É então que Mobius joga uma bomba sobre o deus e mostra que suas escolhas eventualmente levaram à morte de sua amada mãe, Frigga (Rene Russo), evento que acontece em “Thor: O Mundo Sombrio”. Em uma das partes mais comoventes da trama, a raiva e negação de Loki por ser o causador da tragédia quebram a pose tranquila do vilão. Mobius então confirma que Loki não foi feito para ser o rei de nada, mas apenas para causar dor, sofrimento e morte, para que os Vingadores possam alcançar as melhores versões de si mesmos. Tadinho! :(
Embora Mobius pareça ter o afetado, Loki sendo Loki, aproveita sua chance de escapar quando sua conversa com o agente é interrompida. Enquanto Loki é perseguido, ele descobre que seus poderes são inúteis dentro do TVA, mas acaba recuperando o Tesseract e voltando para a sala de entrevista, desta vez sozinho e com o poder de avançar em toda a sua linha do tempo. Ele vê não apenas a morte de sua mãe, mas o voto de amor de seu pai, Odin (Anthony Hopkins), antes de morrer, se vê lutando ao lado de seu irmão mais uma vez, e vê aquele mesmo irmão prostrado de tristeza pela morte de Loki nas mãos de Thanos.
Para alguém que se enfureceu por tanto tempo por não se sentir amado e no momento em que provavelmente está se sentindo mais irredimível, é óbvio que essas cenas o atingem profundamente. Rindo em desespero sobre os destroços de seu “propósito glorioso”, ele canaliza sua raiva em uma luta contra a agente B-15 (Wunmi Mosaku). Mobius aparece novamente e encontra um Loki cansado após a vitória. O deus da trapaça então admite que não pode voltar à sua linha do tempo e que ele realmente não gosta de machucar as pessoas, mas faz isso porque é obrigado. “É parte da ilusão”, confessa ele. “Apenas o truque cruel e elaborado conjurado pelos fracos para inspirar medo”, desabafa.
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Mobius percebe que é tudo um jogo desesperado de Loki para recuperar o controle de sua vida e que o vilão, na verdade, se conhece muito bem. Ao notar que o deus recuperou o Tesseract, Mobius pergunta se ele tentou usá-lo, e Loki admite que o TVA é realmente formidável e “o maior poder do universo”, pois tanto ele quanto o artefato são inúteis ali. O agente então oferece um propósito ao asgardiano – ele precisa de ajuda para encontrar a variante fugitiva que está matando seus agentes e roubando suas cargas de reinicialização das linhas do tempo. Loki se pergunta por que eles precisam tanto dele para a missão e Mobius faz a maior revelação do episódio: a variante assassina é, no fim das contas, mais uma versão de Loki. OMG!
Sim, isso mesmo. Há outro Loki correndo pela linha do tempo causando o caos. Enquanto o Loki original pondera sobre a tarefa que lhe foi apresentada, vemos o outro misterioso Loki (cujo rosto está coberto por um capuz) atacar outra equipe da TVA, desta vez em 1858, em Salina, Oklahoma, nos EUA. Será que esses dois Lokis eventualmente unirão forças ou será uma batalha de inteligência com a Linha do Tempo Sagrada como seu campo de batalha? Loki encontrará redenção novamente? Cabe a ele decidir e a nós assistir, todas as quartas-feiras, no Disney+!