Delegada deixa comando de investigação sobre assassinato de petista após postagens nas redes virem à tona

A deputada federal Gleisi Hoffmann denunciou uma série de posts que Iane Cardoso fez entre 2016 e 2017

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Nesta segunda-feira (11), o governo do Paraná anunciou a saída da delegada Iane Cardoso da investigação do assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu. Camila Cecconello, que chefia a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) em Curitiba, foi escolhida para substituí-la. Ela já está no município para conduzir o caso.

Cardoso foi afastada do processo após Gleisi Hoffmann dizer que pediria ao Tribunal Superior Eleitoral e à Polícia Federal para assumirem as investigações. A presidente do Partido dos Trabalhadores reportou uma série de postagens antipetistas feitas pela delegada na sua conta no Facebook entre 2016 e 2017. Em uma delas, Iane afirmava que “petista quando não está mentindo, está roubando ou cuspindo“. Em outra, ela debocha: “Alguém precisa estudar a mente dos petistas. Isso não é normal não“.

Confira abaixo:

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Iane Cardoso teria feito uma série de postagens sobre o PT em 2016 (Foto: Reprodução / Facebook)

 

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Postagens foram feitas entre 2016 e 2017 (Foto: Reprodução / Facebook)

 

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Iane Cardoso nega ser “petista ou bolsonarista”. (Foto: Reprodução / Facebook)

 

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Iane Cardoso debocha de petistas nas redes sociais (Foto: Reprodução / Facebook)

Em nota divulgada, a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública afirmou que Cardoso, apesar de não chefiar mais a investigação, continua no time. “O que houve é um reforço com a criação de força-tarefa coordenada pela delegada Camila Cecconello, chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa“, alegou.

Uma equipe de investigadores da DHPP vinda de Curitiba reforça os trabalhos para garantir celeridade na apuração dos fatos. A SESP lembra que a Polícia Civil do Paraná conta com apoio da Polícia Científica para finalização das perícias necessárias para total elucidação do ocorrido“, informou.

Festa de 50 anos da vítima teve temática petista. (Foto: Reprodução/BAND)

O secretário de segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita, negou que a substituição tenha sido feita por conta das denúncias nas redes. “É bom deixar claro que a decisão de que a Dra. Camila assuma a condução do feito já havia sido tomada ontem à noite (domingo) em deliberação minha com o delegado-geral (do Paraná), com o objetivo de dar maior capacidade investigatória na tomada de decisões (e) visando a rapidez necessária para a apuração“, disse ao blog de Andréia Sadi, do G1.

Iane Cardoso se defende

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Iane Cardoso, por sua vez, se defendeu sobre os posts encontrados nas redes sociais. “Não me defino como petista, nem como bolsonarista. Trato o presente caso como sempre tratei todas as investigações que presidi durante toda a minha carreira: com responsabilidade, honestidade, parcimônia e visando sempre aplicação da lei, em busca da justiça“, declarou.

Marcelo Arruda, guarda civil e tesoureiro do PT, foi morto a tiros em sua festa de aniversário de 50 anos em Foz do Iguaçu. O evento tinha como tema Lula, candidato à presidência, e o PT. Os disparos foram feitos pelo policial Jorge José da Rocha Guaranho, apoiador de Jair Bolsonaro.