Nesta quinta-feira (10), os pais da youtuber Gabby Petito deram entrada em um processo civil contra os pais do ex-noivo da jovem, Brian Laundrie. De acordo com a revista People, que teve acesso aos documentos, Joseph Petito e Nicole Schmidt acreditam que Christopher e Roberta Laundrie sabiam desde o início que o filho tinha assassinado a própria noiva.
Quando os pais da youtuber ficaram sem notícias da filha no mês de agosto, durante uma viagem dela pelos Estados Unidos com Brian, os dois procuraram Christopher e Roberta, aflitos por notícias do jovem casal. No entanto, quando o noivo de Petito voltou para casa sem ela, nenhuma informação foi dada para Joseph e Nicole, inclusive de que Gabby tinha sido deixada para trás.
Para a família de Petito, os pais de Brian o ajudaram a encobrir o crime. “Brian Laundrie avisou seus pais, Christopher Laundrie e Roberta Laundrie, que ele havia assassinado Gabrielle Petito. Na mesma data, Christopher Laundrie e Roberta Laundrie conversaram com o advogado Steve Bertolino e enviaram-lhe um retentor [taxa paga a um advogado antes que ele comece a trabalhar para um cliente] em 2 de setembro de 2021″, diz um trecho do processo.
A ação também afirma que, na época em que os Petitos relataram o desaparecimento de Gabby, Roberta bloqueou Nicole Schmidt no telefone e no Facebook. Isso sem falar no que é de conhecimento público, que os pais de Brian não colaboraram com as autoridades ainda no início das investigações. “Enquanto Joseph Petito e Nichole Schmidt procuravam desesperadamente por informações sobre sua filha, Christopher e Roberta Laundrie mantinham o paradeiro de Brian Laundrie em segredo, e acredita-se que estavam fazendo arranjos para que ele deixasse o país”, acusa os documentos.
“Christopher e Roberta Laundrie exibiram uma conduta extrema e ultrajante que constitui um comportamento, sob as circunstâncias, que vai além de todos os limites possíveis da decência e é considerado chocante, atroz e totalmente intolerável em uma comunidade civilizada”, argumentou os defensores dos pais de Gabby Petito. O processo pede uma indenização de US$ 100 mil, cerca de R$ 507 mil, por conta da “dor e angústia mental” causadas pela família Laundrie.
Relembre o caso
Gabby Petito passou o verão do hemisfério norte (entre junho e agosto de 2021) viajando pelo oeste dos Estados Unidos com o então noivo, Brian Laundrie. A dupla documentou suas aventuras nas redes sociais e, ainda, em vídeos divulgados no YouTube. No entanto, no dia 1º de setembro do ano passado, Laundrie voltou sozinho para sua casa na Flórida. A partir daí, a família da influencer não conseguiu mais entrar em contato com ela. No dia 11 de setembro, os pais da jovem denunciaram seu desaparecimento às autoridades.
Após uma extensa busca, os restos mortais da youtuber foram encontrados em 19 de setembro de 2021. De acordo com a perícia, a youtuber foi assassinada cerca de quatro semanas antes de seu corpo ser localizado no Parque Nacional Bridger-Teton. A causa da morte, por sua vez, teria sido estrangulamento. Após a necrópsia, a possibilidade de uma gravidez também foi descartada.
Segundo a mãe de Gabby, Nicole Schmidt, e seu padrasto Jim Schmidt, o corpo da jovem estava em Wyoming, onde a van dela e do noivo foi vista pela última vez. Brian, até então, era considerado apenas como uma “pessoa de interesse” no caso. No entanto, ele desapareceu após se recusar a cooperar com as investigações.
O suposto desaparecimento só foi registrado pelos pais de Laundrie três dias após o ocorrido e, desde então, Brian permanecia foragido. Seus familiares disseram acreditar que ele fez uma caminhada numa reserva natural perto de sua casa em North Port, Flórida, e não voltou mais. Apesar de não ter sido acusado oficialmente pela morte da noiva, Brian seguia como o principal suspeito da morte da youtuber. Ele também foi indiciado por usar duas contas financeiras que não pertenciam a ele nos dias que sucederam a tragédia.
No dia 13 de dezembro, o jornal The Mirror noticiou que Brian teve seu corpo parcialmente comido por crocodilos e porcos selvagens, depois de cometer suicídio. Os restos mortais do jovem foram encontrados na Reserva Natural Carlton, perto da casa onde vivia em North Port, Flórida. Em janeiro deste ano, o FBI revelou que o rapaz assumiu a autoria do crime em anotações deixadas num caderno que foi encontrado no mesmo local em que ele tirou a própria vida.