Gloria Perez revela primeira reação de Guilherme de Pádua após crime e analisa fotos fortes: ‘Feito de forma quase ritualística’

Autora enfatizou sua opinião sobre assassinato ter sido premeditado pelo ator e a então esposa, Paula Thomaz

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A estreia de “Pacto Brutal”, documentário sobre a morte de Daniella Perez, na quinta (21), trouxe luz para o caso novamente após quase trinta anos. A série foi uma ferramenta para que Gloria Perez, mãe da atriz, pudesse expor o que realmente aconteceu com a sua filha naquele 28 de dezembro de 1992. Em entrevista ao Splash UOL, publicada nesta terça (26), a autora enfatizou que os assassinos Guilherme de Pádua e Paula Thomaz premeditaram o crime. “Foi feito de uma forma quase ritualística”, descreveu Perez, revisitando imagens.

Gloria relatou ter entregue à produção documental da HBO Max todos os arquivos e fotos do caso, que são bastante explícitas quanto à violência sofrida pela atriz. Aos 22 anos, Daniella levou 18 punhaladas e parte de seu coração ficou exposto com tamanha brutalidade. Sobre a coragem de compartilhar as imagens, a mãe é enfática: “Se você quer contar essa história, tem que mostrar o que eles fizeram”. “O que me incomoda é que esse crime tenha sido cometido e que tenha sido tratado da maneira que foi. Eu acho que as fotos não deixam minimizar nada”, explicou a escritora.

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Glória Perez telefonou duas vezes para Guilherme de Pádua antes que ele fosse acusado pela morte de Daniella. (Foto: Reprodução/HBO Max)

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“Então, me dói ver aquilo? Muito. Mas me doeu ver aquilo ao vivo, como eu vi. E ver depois como aquilo foi tratado de maneira a minimizar (o crime)”, detalhou Gloria. A autora sempre deixou evidente sua insatisfação com a forma que a imprensa cobriu o caso, de maneira equivocada. Muitas vezes, o homicídio foi classificado como “passional”, dando espaço para o que Guilherme de Pádua alegou – de que a morte da atriz teria sido um acidente. “Ele dizia que foi um acaso. Mas, não foi uma coisa casual. Quando você olha aquelas fotos, você vê que não tem nada de momento, foi feito de uma forma quase ritualística”, garantiu ela.

Daniella Perez e a mãe, Gloria Perez. (Foto: Arquivo Pessoal)
Daniella Perez e a mãe, Gloria Perez. (Foto: Arquivo Pessoal)

Segundo Perez, Tatiana Issa e Guto Barra, diretores de “Pacto Brutal”, tiveram a liberdade de usar as imagens da filha o quanto entenderam ser necessário. “Entreguei e confiei neles”, afirmou. Na entrevista, a escritora relembrou ainda um comentário frio que Pádua teria feito no dia do assassinato. Carla Daniel, que contracenava com Daniella na novela “De Corpo e Alma”, foi quem informou Guilherme sobre a descoberta da morte. A atriz teria recebido uma resposta insensível por parte do ator. “Como ficam as gravações amanhã?”, teria perguntado Pádua, segundo o relato.

Gloria Perez declarou também por que decidiu reviver o caso após quase trinta anos. “Esse tempo todo, essa história foi contada da maneira mais sensacionalista possível. Agora, eu queria que o processo falasse. O que me levou a aceitar fazer parte desse projeto e ceder todo o meu arquivo à HBO foi a proposta de que eles se ateriam aos autos do processo”, explicou.

A escritora foi firme na sua opinião sobre se os assassinos deveriam ter espaço na produção. “Não se trata mais de apresentar versões. É o processo que fala e é só por ele que você pode entender o que aconteceu e por que dois psicopatas foram condenados por homicídio duplamente qualificado”, assegurou ela. Perez afirmou que se Pádua e Thomaz tivessem sido chamados para participar do documentário, a série não teria o seu aval. “Mas também não veio na proposta deles (direção), completou.

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Guilherme de Pádua e Paula Thomaz ficaram presos por apenas sete anos. (Fotos: Reprodução)

“Hoje em dia, se você quiser saber como eles vão, é só abrir ali as redes sociais. Eles estão lá exibindo a sua impunidade. Não precisa agora perder tempo dando microfone. Seria dar palco a psicopata”, afirmou a novelista. Condenados por homicídio qualificado por motivo torpe, com impossibilidade da defesa da vítima, Guilherme foi sentenciado a 19 anos, e Paula, a 18 anos e seis meses. Eles ficaram presos por apenas sete anos, quando foram colocados em liberdade condicional. Atualmente, Guilherme está casado pela terceira vez e sua esposa vem usando as redes sociais para negar que o marido seja um assassino. “Eu fiquei sabendo”, disse Perez. “A minha opinião é: o tempo dirá. As máscaras caem”, completou.

Os três últimos capítulos de “Pacto Brutal” ficarão disponíveis nesta quinta-feira (28). A autora acredita que eles serão peças-chave para que o espectador entenda tudo o que aconteceu. Será explicado que houve uma emboscada, na qual Daniella levou um soco de Guilherme e desmaiou. “Até o segundo episódio eles estão mostrando a confusão dos primeiros momentos. Agora o processo vai para a Justiça, né?”, falou Gloria.

A autora acredita que, sem dar voz aos condenados pelo assassinato de sua filha, será possível apresentar ao público a verdade sobre o caso de Daniella Perez. “Dar apenas a verdade, gera apenas uma e põe fim nas especulações”, finalizou.