Ao longo das últimas duas semanas, o Brasil tem acompanhado o caso chocan”te de Pamella Holanda, vítima das agressões cruéis de Iverson Araújo, mais conhecido como DJ Ivis. Após divulgar na web registros dos momentos de terror que viveu nas mãos do ex-marido, a jovem concedeu uma entrevista ao “Fantástico”, da TV Globo, neste domingo (18), na qual detalhou como tudo começou e, ainda, o motivo pelo qual decidiu denunciá-lo.
Muito sincera, a arquiteta fez um longo desabafo no bate-papo com o dominical e confessou que, infelizmente, ainda sente muito medo do DJ. “Fico pensando como vai ser minha vida quando eu voltar a viver, porque esses dias não estou vivendo, estou existindo”, lamentou Pamella.
Na entrevista, Holanda relembrou o início do relacionamento e, também, das agressões. Segundo ela, após se conhecerem pela internet em 2018 e começarem um namoro em 2019, os dois decidiram morar juntos em janeiro de 2020. Foi pouco depois Pamella descobrir que estava grávida que as agressões começaram.
“Quando comecei a morar com ele (DJ Ivis), ele já começou a me agredir. Começou verbalmente, com palavrões, grosserias”, relatou a arquiteta. Ela disse, ainda, que as primeiras agressões físicas teriam acontecido durante a gestação da filha do casal. “Eu estava grávida de cinco para seis meses. Ele me segurou pelo pescoço e foi me arrastando pelo corredor até o sofá”, compartilhou. Absurdo!
Os ataques, no entanto, não pararam por aí. Após o nascimento da filha Mel, em outubro do ano passado, Ivis voltou a atacar a parceira. Em dezembro de 2020, as brigas no apartamento que o casal morava em Fortaleza eram constantes. “Antes de vestir a blusa, ele me agride com a blusa. Depois ele veste e começa a falar várias coisas e eu insisto em ir e pegar minha filha no carrinho para amamentar ela. Aí é a hora que ele vem e puxa meu cabelo. Puxa e me bate, esbarra no carrinho também”, detalhou Pamella, descrevendo um dos vídeos que vieram à tona no início do mês, depois da denúncia contra o ex-parceiro.
O momento aconteceu quando a mãe de primeira viagem, que estava com Covid-19, tentou amamentar a filha de apenas dois meses. Mesmo com a recomendação dos médicos, o DJ não gostou da atitude da então esposa e afirmou que ela passaria o vírus para a bebê. Foi neste momento que ele a agrediu mais uma vez, em frente à própria mãe da moça. “Ela pedia para ele não fazer [as agressões]. ‘Não bata na minha filha’. Ela só conseguia falar isso”, afirmou Holanda.
Em fevereiro deste ano, os ataques voltaram a acontecer, desta vez na frente de Charles de Oliveira, funcionário do músico. O embate ocorreu após uma reclamação de Pamella para Iverson, que teria mostrado fotos íntimas da esposa ao outro homem. Foi então que o músico a atacou com socos, chutes e empurrões nas costas, enquanto o funcionário observava o ocorrido, sem ter qualquer reação. “Fiquei no chão, sem conseguir respirar”, revelou Pamella.
Na reportagem, o “Fantástico” mostrou que todas as brigas e ataques ocorreram no apartamento do casal em Fortaleza. Entretanto, os registros absurdos e revoltantes só vieram à tona no início deste mês, depois que Pamella e Iverson se mudaram para um condomínio de luxo em Eusébio, no Ceará, local em que Ivis então cometeu a última e mais grave das agressões contra a arquiteta.
Aos prantos, Holanda contou que, em 1º de julho, o DJ havia voltado de viagem e ela tentou conversar com ele, no quarto, pois estava desconfiada de uma suposta traição. “Foi a hora que ele começou a me socar as costas, me chutou nas pernas… Não lembro se foi nessa hora que eu tentei me defender que pegou um soco dele no meu olho, ou se foi uma cotovelada”, relembrou.
A situação, entretanto, ficou cada vez mais violenta e assustadora. “Desci umas 10h, quase 11h, para poder fazer o leite dela [da filha do casal] e [Ivis] já começou a discutir. A funcionária dele também estava na hora, na cozinha. Foi na hora que ele pegou uma faca na gaveta da cozinha”, disse ela. Ainda segundo Pamella, a atitude violenta do DJ escalou de tal maneira que o agressor só parou quando a funcionária do casal segurou braço dele.
Depois do episódio, Pamella, que estava sem celular, saiu correndo até a portaria do condomínio e pediu ajuda ao funcionário do local, que não a atendeu. Ela então acabou batendo na porta de uma vizinha, que a ajudou a ligar para a polícia. As autoridades vieram até a casa da dupla e encaminharam a jovem e o DJ até a delegacia.
No local, Ivis foi ouvido e, naquele momento, não admitiu que tivesse agredido a mulher. Holanda, assustada e com medo da retaliação do ex, foi embora da delegacia sem prestar depoimento, o que não permitiu que houvesse flagrante. Já no dia seguinte, Pamella decidiu fazer o exame de corpo de delito e, também, divulgar o que já havia vivido na internet, para reforçar sua denúncia.
“Se fosse só a palavra dele contra a minha, ninguém ia acreditar em mim. Ele é famoso, é conhecido… Ninguém imaginava que era assim. Todo mundo se baseia a vida do outro nas redes sociais. Ele acabava de brigar comigo e saia por aí. Saía de casa fazendo stories”, compartilhou a arquiteta.
Visivelmente abalada, Holanda afirmou que não aceitava mais que sua filha escutasse o seu choro e presenciasse as agressões e que, por isso, finalmente denunciou o DJ. “Eu não aguentava mais que minha filha escutasse meu choro, que me visse [daquele jeito]. Eu não quero que ela grave a imagem de mim chorando”, afirmou ela. A arquiteta finalizou a conversa incentivando outras mulheres a denunciarem qualquer tipo de violência doméstica. “Eu aconselho e encorajo e peço que não tenham medo. A gente não pode se aprisionar a nada que é ruim”, concluiu. Assista à entrevista completa:
Justiça nega habeas corpus à DJ Ivis
Preso na última quarta-feira (14), DJ Ivis teve seus cabelos raspados ao dar entrada na Unidade Prisional Irmã Imelda Lima Pontes, presídio de segurança máxima em Aquiraz, no Ceará. Segundo informações do colunista do Metrópoles, Leo Dias, a justiça negou o pedido de habeas corpus de Iverson no último sábado (17). Isso significa que ele permanecerá atrás das grades por tempo indeterminado e à disposição do Poder Judiciário. Caso o artista seja condenado por lesão corporal, a pena máxima é de três anos em regime aberto ou semiaberto.