BBB21: Karol Conká se abre no ‘Saia Justa’ sobre período pós-reality: ‘Esforço enorme pra sentir graça de viver’; assista

Karol Saia Justa

Horas antes da estreia de “A Vida Depois do Tombo“, Karol Conká participou nesta quarta-feira (28), do “Saia Justa”, apresentado por Astrid Fontenelle, Pitty, Mônica Martelli e Gaby Amarantos. A atração do GNT contou ainda com a presença da filósofa e escritora Djamila Ribeiro. O tema da vez era rejeição, algo que tem pairado há um tempo sobre Conká.

A rapper teve 99,17% dos votos para sair da casa mais vigiada do Brasil, batendo todos recordes nacionais e mundiais do reality. No bate-papo de ontem, a curitibana relatou como vem lidando com essa situação. “Não é fácil lidar com a rejeição. Eu já havia encarado a rejeição quando era mais nova e com isso eu acabei criando cascas, uma espécie de armadura, para me defender quando me sentia vulnerável. Depois que eu virei Karol Conká, artista, essa rejeição ficou mais afastada… Quando eu entrei no BBB, eu acabei expondo uma camada, uma fragilidade, um comportamento muito feio”, afirmou.

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A ficha sobre o problemático comportamento demorou a cair. “Assim que eu saí da casa, eu demorei muitos dias para ter noção de todas as minhas atitudes. Muitas coisas que eu fiz e falei me deixaram muito envergonhada, decepcionada. É muito ruim a sensação de decepcionar milhões de pessoas, amigos, pessoas queridas, pessoas que eu admiro”, continuou ela.

Eu tinha uma noção dos meus erros, mas eu ainda não tinha uma noção da proporção, então, conforme os dias foram passando, eu fui tomando mais noção do que tinha acontecido e fui sofrendo muito. Eu caí em uma tristeza tão profunda, que eu só queria sumir. A rejeição ela é tão dolorosa, até mesmo para aquelas pessoas que se dizem fortes nas músicas, que é o meu caso“, avaliou a rapper.

Karol Conká promoveu perseguições contra colegas de confinamento. (Foto: Reprodução/ TV Globo)

A postura de Conká em ‘A Vida Depois do Tombo’, entretanto, não foi tão diferente quanto dentro do reality. Segundo ela, quando o documentário foi filmado, tudo ainda era muito novo. “Estou em um momento de reflexão bem profunda. No doc, foram 20 e poucos dias me acompanhando, recente a minha saída da casa, então ainda é possível ver, no doc, eu montada na soberba como uma forma de disfarçar a dor que eu estava sentindo por causar uma turbulência”, explicou.

Quando eu vi as cenas, tive que lidar não só com a rejeição do público, mas com a minha rejeição comigo mesma. Comigo mesma foi mais amarga. Eu estou em um processo de me perdoar, de entender que já passou, que o que aconteceu, já aconteceu. Não posso contribuir para uma cultura com a qual eu não concordo. Quando eu notei, estava me cancelando também“, relembrou a cantora.

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O processo, segundo Karol, é lento e diário. “Hoje eu tô melhor que ontem. Eu estou vivendo dessa forma, todos os dias, eu falo isso. É muito doloroso, eu passei por um processo mega doloroso, não tá sendo fácil pra mim até agora, então eu tenho que fazer um esforço enorme pra sentir graça de viver. Apesar de ter só dois meses, pra mim é pouco tempo“, contou ela.

Eu tô arrependida, obviamente, mais madura, entendendo que, nesse momento de erro, eu tinha duas escolhas: ou eu ficava definhando, em decepção e me reprovando ou eu enxergaria esse momento de tombo como um convite pra enxergar uma possibilidade melhor de me tornar uma pessoa mais madura. Eu sempre fiz isso na minha vida, já passei por situações mega dolorosas, essa é mais uma situação de mais um capítulo da minha história, eu me sinto, hoje, orgulhosa de mim mesma, pelo fato de ter aceitado“, refletiu.

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Acho que uma das coisas mais difíceis pra quem erra é quando a pessoa não aceita, ela não quer olhar de frente. Eu estava assim no começo: ‘Não, não sou eu. Eu não fiz aquilo, não é possível’. Por que eu falava isso? Porque aqui fora eu não tinha essas atitudes, não eram atitudes comuns. Já tive outros momentos de perder a cabeça, óbvio que já, já precisei ser muito mais louca que o próprio louco que estava na minha frente, como mecanismo de defesa“, afirmou Conká.

Hoje, eu tô entendendo que existem outras formas de lidar com a minha ansiedade e eu nunca mais vou dar as costas pra minha saúde mental. Eu tô orgulhosa por estar fazendo terapia, por ter ido atrás, estar correndo atrás do prejuízo. Tô me sentindo em equilíbrio hoje“, pontuou.

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Para a rapper, existe uma grande diferença entre passar pano e ser solidário com o outro. “Passar pano é quando você é cúmplice de um erro. E acolher é quando você reconhece que a pessoa errou, não passa a mão na cabeça, mas oferece uma possibilidade dela seguir sem cometer aquele mesmo erro. Então, sem o acolhimento, sem o perdão, não tem como a pessoa que erra, ter uma visão positiva e querer seguir acertando… A sensação que eu tinha era assim: ‘vamos bater na Karol porque ela aguenta, ela já falou que ela é forte’“, opinou Conká.

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Eu não posso permitir virar só isso, um combo de desculpas. Afinal de contas, eu já pedi desculpas e minhas desculpas foram sinceras. Se eu não puder seguir a minha vida após o meu pedido de desculpas, é deprimente. Porque estamos lidando com um assunto mais sério do que o meu distúrbio, minha falta de controle dentro da casa. Quando eu saí e percebi a onda de ódio que estava rolando… eu comecei a questionar se a minha atitude dentro da casa tinha o mesmo peso que as atitudes das pessoas aqui fora e se eu deveria levar tão a sério esse hate“, avaliou Karol.

Se as pessoas cobram que eu me trate e que eu tenha a sanidade, eu também posso cobrar isso delas. Dentro da casa é outra coisa, lá a gente tá lidando com uma pressão, cada um explode de uma maneira, cada um age de um jeito. Eu não soube me controlar, tive as minhas crises lá dentro, senti falta de muita coisa que eu vivo aqui fora e acabei deixando momentos, traumas, que ninguém ali tem culpa, esses traumas acabaram saindo e eu tive essas atitudes péssimas que eu já tô revendo aqui fora“, encerrou a ex-sister.