Soltou o verbo! Durante o programa “Triturando” desta terça-feira (28), a apresentadora Chris Flores indignou-se ao falar sobre as pessoas que “furaram” a quarentena no último final de semana por conta de uma apresentação da dupla Jorge e Mateus. A profissional não escondeu sua revolta com as imagens das pessoas aglomeradas, e fez um desabafo sincero citando a morte do jornalista Rodrigo Rodrigues, que enfrentou complicações da Covid-19.
“Egoístas, irresponsáveis, nojentos! É isso que eu digo sobre vocês! Eu perdi um amigo hoje. Eu não tolero gente assim. Meus sentimentos à família do Rodrigo Rodrigues, um grande jornalista, grande amigo, grande pessoa! Morreu trabalhando! Porque tinha que trabalhar! O que vocês estão comemorando?! Mais de mil mortes por dia?! Chega! Gente pequena! Nojenta!”, disparou a apresentadora, antes de “triturar” uma imagem do ocorrido.
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Em seu Instagram pessoal, Chris Flores ainda prestou uma homenagem emocionante para Rodrigo Rodrigues. “A gente gostava de rock, de TV, de Londres, de rir da gente mesmo e da vida. Rodrigo era tão gentil, doce, batalhador, divertido, iluminava por onde passava… grande jornalista, apresentador, escritor, músico e principalmente, amigo”, lembrou. “Saudade querido, mas eu sei que Deus precisava de alguém tão especial como você ao lado Dele. Eu sei que de lá, você vai cuidar de nós”, completou.
A jornalista fez questão de reforçar suas críticas para as pessoas que não têm empatia pelo próximo, e seguem ignorando medidas essenciais para diminuir o impacto da pandemia no nosso país. “Mais uma vítima dessa pandemia que tem sido agravada pela irresponsabilidade e negacionismo de quem não sabe viver em sociedade, não tem empatia nem respeito ao próximo”, finalizou.
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O evento que causou revolta em Chris Flores ocorreu no último sábado (25), em Brasília. O festival “Na Praia” organizou uma apresentação ao vivo da dupla Jorge e Mateus para os hóspedes de um resort — que acompanharam tudo pelas sacadas de suas suítes — e também para os internautas através de uma live. No entanto, o Lago Paranoá, localizado próximo à estrutura do palco do show, reuniu diversas lanchas com grupos de pessoas que ignoravam completamente as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para o isolamento social.
A equipe do portal Metrópoles, que fazia a cobertura jornalística do evento, relatou ter sido expulsa do local por mostrar o que estava acontecendo. “A reportagem do Metrópoles foi expulsa pela produção do evento ‘Na Praia’ (em Brasília), que hoje exibe show do Jorge e Mateus, no Royal Túlip, por ter mostrado estas cenas de brasilienses aglomerados e sem máscaras para assistir à atração”, informou a diretora de redação da publicação, Lilian Tahan.
A reportagem do @Metropoles foi expulsa pela produção do evento Na Praia (em Brasília), q hj exibe show do Jorge e Mateus, no Royal Túlip, por ter mostrado estas cenas de brasilienses aglomerados e sem máscaras p/ assistir a atração. A pandemia já matou 1.275 no DF. Só hj, 31. pic.twitter.com/m9jIfinwyg
— Lilian Tahan (@lilian_tahan) July 25, 2020
A R2 Produções, responsável pela realização da festa, emitiu um posicionamento alegando que “não era de responsabilidade da organização do evento a aglomeração formada no Lago Paranoá”. O Ministério Público do Distrito Federal chegou a entrar com uma ação na Justiça para impedir a realização do “Na Praia”, justamente por temer que agravaria “indelevelmente o risco de expansão da pandemia”. A Vara de Meio Ambiente entendeu que o evento é licenciado pelo Poder Público e que esse tipo de autorização é de prerrogativa do Executivo e negou o pedido.
A produtora também procurou o hugogloss.com nesta terça, e prestou mais esclarecimentos sobre o festival. “O ‘Na Praia Edição Hotel’ foi realizado em total conformidade com as recomendações das autoridades de saúde e do Governo do Distrito Federal no que diz respeito ao distanciamento social e às medidas preventivas nas imediações do complexo hoteleiro. A organização do Na Praia ampliou o nível de rigorosidade dos protocolos já adotados pelo Royal Tulip para o final de semana da live. No entanto, a responsabilidade de administração, liberação e fiscalização das atividades no Lago Paranoá é competência do poder público”, argumentou em nota.
Desde o início da pandemia, estão suspensas no Distrito Federal atividades culturais coletivas, como cinemas, teatros, shows e eventos, de qualquer natureza, que exijam licença do poder público. A exceção é apenas para eventos culturais realizados em estacionamentos, desde que as pessoas permaneçam dentro de seus veículos, a uma distância mínima de dois metros de cada carro estacionado.