Elza Soares: Empresário relembra frase marcante da cantora para familiares nos últimos momentos: “Acho que eu vou morrer”

Elza estava em casa, no Rio de Janeiro, e morreu de causas naturais. Velório acontece nesta sexta-feira (21) e será aberto ao público

Elza Soares (Reprodução; Instagram/ Globo; Tata Barreto)

Nesta quinta-feira (20), o Brasil perdeu um de seus maiores talentos musicais: a lendária Elza Soares. Aos 91 anos, a estrela morreu de causas naturais, em casa, no Rio de Janeiro. Agora, segundo o G1, o empresário Pedro Loureiro deu detalhes dos últimos dias de vida de Elza e revelou quais foram suas últimas palavras.

“Ela estava bem, gravou o DVD no dia 17 e 18 de janeiro. Acordou hoje (20) e fez fisioterapia. Tudo normal. A gente até percebeu um leve cansaço nela, uma respiração mais ofegante, mas achamos que foi por causa da fisio”, contou o profissional.

De acordo com Loureiro, o “alerta” dos familiares acendeu quando a cantora pediu para descansar e começou a falar de forma “embolada”. Mas, ainda assim, ela garantiu que estava tudo bem e que eles não precisavam se preocupar com nada.

“Um tempo depois, a cantora dirigiu-se aos familiares e disse: ‘Eu acho que eu vou morrer'”, recordou ele. Quando as pessoas que estava próximas foram checar a pressão e a oxigenação de Elza, eles notaram uma pequena alteração e chamaram uma ambulância imediatamente.

Elza Soares Globo Ramon Vasconcelos
Elza Soares faleceu nesta quinta, aos 91 anos. (Foto: Globo/Ramon Vasconcelos)

O médico que acompanhava a estrela enviou o socorro. Mas, nas palavras do empresário, “Elza foi mudando o semblante, até que apagou”. “Foi uma morte tranquila, sem traumas, sem motivo. Morreu de causas naturais. Esse, aliás, era um grande medo dela: ter uma morte sofrida, por doença. Hoje, ela simplesmente desligou”, revelou.

Continua depois da Publicidade

Na entrevista, Pedro Loureiro garantiu que os últimos dias de Elza foram do jeito que ela sempre quis: “Seus últimos dias foram de uma rainha. Ela gravou DVD, cantou, estava de casa nova, uma cobertura que ela comprou. Estava superfeliz, superbem e morreu no auge de seus 70 anos de carreira. Com tudo que ela demorou uma vida inteira para conquistar. No DVD, a última música que ela cantou, cantou em vida, foi: ‘Me deixem cantar até o fim'”. Sem dúvida, Elza Soares está marcada na história da música brasileira e nos nossos corações.

O corpo da cantora será velado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro nesta sexta-feira (21). Das 8h às 10h da manhã, a cerimônia será exclusivamente para familiares e amigos, das 10h às 14h será aberta ao público.

Elza Soares estava no auge dos 70 anos de carreira. (Foto: Divulgação)

A informação do falecimento foi confirmado pela própria família e a equipe da cantora, através das redes sociais. “É com muita tristeza e pesar que informamos o falecimento da cantora e compositora Elza Soares, aos 91 anos, às 15 horas e 45 minutos em sua casa, no Rio de Janeiro, por causas naturais”, disse o texto.

O comunicado ainda celebrou a memorável carreira da estrela: “Ícone da música brasileira, considerada uma das maiores artistas do mundo, a cantora eleita como a Voz do Milênio teve uma vida apoteótica, intensa, que emocionou o mundo com sua voz, sua força e sua determinação. A amada e eterna Elza descansou, mas estará para sempre na história da música e em nossos corações e dos milhares fãs por todo mundo. Feita a vontade de Elza Soares, ela cantou até o fim”. Veja abaixo:

Carreira

Elza Soares foi uma das maiores cantoras da música brasileira. De origem pobre, sua negritude, suas experiências de vida e sua identidade feminina sempre apareceram em seus trabalhos. A carreira de Elza teve início no samba, nos anos 1960. Contudo, ao longo dos 34 discos lançados, a artista experimentou uma infinidade de gêneros e estilos, como jazz, hip hop, funk, música eletrônica, e uma série de outras sonoridades. Em 1999, ela foi eleita pela rádio BBC de Londres como a cantora brasileira do milênio.

Todo seu talento também foi devidamente reconhecido em vida. Em 2016, o álbum “A Mulher do Fim do Mundo” venceu o Grammy Latino de “Melhor Álbum de Música Popular Brasileira”. Ela também apareceu na disputa outras quatro vezes, com os discos “Do Cóccix até o Pescoço” e “Deus É Mulher”, além das canções “Libertação” e “Maria da Vila Matilde”. Outros de seus sucessos são “A Carne”, “O Que Se Cala”, “Na Pele”, entre tantas outras.