A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas tomou uma decisão definitiva nesta sexta-feira (8), a respeito do tapão de Will Smith em Chris Rock no “Oscar 2022”. A instituição baniu o astro da premiação mais importante do cinema por 10 anos. O órgão ainda se manifestou a respeito do caso e detonou a atitude do artista no palco.
“O Conselho decidiu, por um período de 10 anos a partir de 8 de abril de 2022, que o sr. Smith não terá permissão de comparacer a nenhum evento ou programa da Academia, pessoalmente ou virtualmente, incluindo mas não somente o Academy Awards [Oscar]“, anunciaram David Rubin, presidente da Academia, e o CEO, Dawn Hudson. A instituição ainda classificou a postura de Smith como um “comportamento perigoso e inaceitável”.
Após uma reunião com seus membros líderes, a Academia pediu desculpas por não ter tomado nenhuma atitude ao longo da cerimônia. “Durante a transmissão, nós não lidamos adequadamente com a situação. Por isso, nós sentimos muito. Essa era uma oportunidade para darmos o exemplo aos nossos convidados, espectadores, e à nossa família da Academia ao redor do mundo, e nós não cumprimos com as expectativas – despreparados para algo sem precedentes”, acrescentou o texto.
Chris também foi citado na carta aos integrantes do órgão, elogiado por ter seguido em frente com sua participação na premiação, apesar de tudo o que viveu. “Nós queremos expressar nossa profunda gratidão para o sr. Rock, por manter sua compostura sob circunstâncias extraordinárias. Nós também queremos agradecer às nossas anfitriãs, aos indicados, aos apresentadores e aos vencedores por seu porte e por sua graça durante a transmisão”, continuou.
Por fim, a Academia disse esperar que a decisão reconquiste a confiança na instituição, e que ajude os dois astros envolvidos na polêmica. “A ação que estamos tomando hoje em resposta ao comportamento de Will Smith é um passo em direção ao objetivo maior de proteger a segurança dos nossos performers e convidados, e restaurar a confiança na Academia. Nós também esperamos que isso consiga dar início a um momento de cura e restauração a todos os envolvidos e impactados”, encerrou a nota.
O tapão e a renúncia de Will Smith
A história teve início no último dia 27 de março, quando Chris Rock fez uma piada sobre Jada Pinkett Smith, esposa de Will, ao vivo no Oscar. A “brincadeira” envolvia o fato da apresentadora estar com a cabeça raspada – o que se deve a uma doença autoimune que ela encara. O astro de “Um Maluco no Pedaço”, por sua vez, perdeu a paciência, subiu no palco e desferiu um tapa no rosto de Chris. “Tire o nome da minha mulher da sua boca!”, gritou o ator.
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Após todo o bafafá em Hollywood, Will já havia pedido desculpas e renunciado à sua vaga como membro na Academia. “A lista dos que magoei é longa e inclui Chris, a sua família, muitos dos meus queridos amigos e entes queridos, todos os que estavam presentes, e audiências globais em casa. Traí a confiança da Academia. Privei outros nomeados e vencedores da sua oportunidade de celebrar e ser celebrado pelo seu extraordinário trabalho. Estou de coração partido”, afirmou.
Smith continuou, explicando outros motivos que o levaram a tomar esta decisão: “Quero voltar a colocar o foco naqueles que merecem atenção pelas suas realizações e permitir que a Academia volte ao incrível trabalho que faz para apoiar a criatividade e a arte no cinema. A mudança leva tempo, e estou empenhado em fazer um trabalho para garantir que nunca mais permita que a violência ultrapasse a razão”. Segundo o Deadline, além de renunciar à vaga, o ator garantiu que aceitaria qualquer punição adicional que a Academia considerasse apropriada.
A Academia também já havia alegado que Smith teria sido convidado a se retirar da premiação depois de atacar Chris Rock. Segundo a instituição, ele teria se recusado a sair de lá. “Enquanto nós gostaríamos de esclarecer que o Sr. Smith foi convidado a deixar a cerimônia e se recusou, nós também reconhecemos que poderíamos ter lidado com a situação de modo diferente”, pontuou um outro comunicado. Fontes próximas, entretanto, afirmaram que isso não teria acontecido.
Will foi acusado de contato físico inapropriado, comportamento abusivo ou ameaçador, e de comprometer a integridade da Academia. “Na próxima reunião do conselho, em 18 de abril, a Academia pode tomar qualquer ação disciplinar, o que pode incluir suspensão, expulsão, ou outras sanções permitidas pelos Estatutos e Padrões de Conduta”, havia dito a instituição.